Extro II
Por Hugo Vedovato
Não há dúvida de que há de se encontrar
um mundaréu de sentimentos –
muitos dos quais senão os mesmos –
na música daqui, na dali e na de acolá
e na de ainda mais p’ra lá.
Ôôô, não se é nenhum biruta por falar
que tem do que fooor
em música de qualquer lugar.
Mas se queres saber ao que se atenta
quando numa ou noutra se pensa,
o que de cada uma delas roda mundo,
também não há de ser nenhum maluco
quem disser que na daqui tem algo mais sóbrio,
um tantinhozinho mais maduro.
Vai lá, pega lá, traz cá,
taca uma na outra.
Versão da de lá na de cá.
Tempera uma co’a outra,
e vê em qual que é que vai sobrar
temperança
e tarimba.
Manha no riscado, papo sazonado.
Muito tato
deliberado, atinado,
desafetado, apurado, curado.
Versado.
Qual outra serena mais sem prometer
(além-)mundos e (seus) fundos?
Qual convida melhor a ir p’ra’lém
de coragens e de medos?
De erro e acerto?
De deslumbre e birra?
De “hein?” e “uau!” –
e também de sua rima?
Desças ou subas,
quando entrarmos lá nós dois, quando as portas se fecharem,
há de ser de alguma ajuda
que nos cantem para lá da criancice de ver quem manda em quem.
Desças ou subas,
relaxa.
Desças ou subas,
orelha baixa.
Quando eu descobri
a chuva que não para de cair,
eu entendi
– mas achei que nu’era hora de dizer –
que ali se deu também
a Selbstaufhebung
der Selbstaufhebungen.
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Eu me segurei de dizer...
deixei p’ra depois
fazer tatarana responder
“Foi o foi...”.