Música
Por Hugo Vedovato
"Não há dúvida de que há de se encontrar
um mundaréu de sentimentos –
muitos dos quais senão os mesmos –
na música daqui, na dali e na de acolá
e na de ainda mais p’ra lá.
Ô, não se é nenhum biruta por falar
que tem do que fooor
em música de qualquer lugar."
Por Henry Burnett
"O que eleva uma opinião “polêmica” à condição de “crítica musical”? Ou, em outro lugar, o que permite que um “crítico” atravesse a vida nessa condição sem jamais falar mal de um disco sequer? Questões simples de responder, mas difíceis de justificar. Rapidez, excitação, audiência, “cordialidade” e afins. Abre-se a porteira para um assunto qualquer por meio de uma matéria veiculada num grande e ambíguo jornal. De qualquer lugar da internet os comentários pululam no fim da página ou uma réplica no dia seguinte não deixa o assunto, que está bombando, morrer. O editor, sempre atento, é atraído não pelo debate interno das “ideias”, mas pela repercussão. Pronto, nasce um 'crítico'"
Por Henry Burnett
"Os extremos nunca parecem o melhor caminho, mas estão cada vez mais na ordem do dia, logo é preciso não se acovardar. Não sei se é um caso extremo esse debate mais recente envolvendo a canção “Com açúcar, com afeto”, composta por Chico Buarque a pedido de Nara Leão em 1966. O próprio Chico minimizou a repercussão de sua fala em entrevista ao Brasil 247: “Achei que foi uma reação absurda. Não havia motivo. Não imaginei que fosse suscitar alguma polêmica, alguma controvérsia. Eu disse que não cantava mais “Com Açúcar, com afeto”, como de fato não canto há muitos e muitos anos. E um artista deixar de cantar uma música, não me parece uma notícia”.
Por Márcia Carvalho
"Todo dia dois de fevereiro, logo pela manhã, ouço a canção dedicada ao dia de Dorival Caymmi. Assim, de maneira cíclica, Dorival atravessa minha vida com essa canção. Por muitos anos, ouvi Dois de fevereiro entoada de forma festiva por Nana Caymmi e depois troquei pela voz doce de Mateus Sartori. A primeira versão consagrada pela família Caymmi, no álbum Família Caymmi em Montreaux – Dorival, Nana e Danilo Caymmi, da gravadora Polygram/ Philips (1991) e a segunda numa versão mais discreta do disco Dois de fevereiro – Mateus Sartori interpreta Dorival Caymmi (2007)".
Por José Miguel Wisnik
"Espelho musical do mundo, de Henry Burnett, é guiado por uma hipótese extraída das bordas d’O nascimento da tragédia de Nietzsche, e que pode ser resumida assim: o vínculo arcaico entre palavra e música, remontando a uma canção popular originária que terá contribuído crucialmente, segundo a interpretação nietzscheana, para a origem da tragédia grega, permanece vivo na tradição da canção popular brasileira".
Por Márcia Carvalho
"Dona Militana é uma reconhecida romanceira brasileira. Nascida no sítio Oiteiros, em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, em 1925 [...]. Dona Militana foi descoberta pelo folclorista Deífilo Gurgel ainda nos anos 1990, quando ele pretendia entrevistar o seu pai, Atanázio, mestre do fandango. Desde menina trabalhava com o pai na roça, e o ouvia cantar histórias e romances, além de entoar aboios e fandangos. Assim, Dona Militana continuou a cantar os romances que aprendeu com o pai, além de inventar mais alguns, num canto criativo aberto a reinvenções".
Por Sérgio Carvalho da Fonseca
"Uma notícia da Folha de São Paulo, de julho de 2019 , gerou uma grande preocupação numa certa parte da indústria fonográfica, principalmente da música negra, e que possivelmente atingirá fortemente os estúdios independentes".
Por Henry Burnett
"Lançado em 2019, o álbum Obatalá – uma homenagem a mãe Carmen (Gege Produções sob licença exclusiva da Deck), do Grupo Ofá, com participações variadas, teve recentemente o documentário de sua produção exibido na GloboNews com o título Obatalá – o pai da criação".