A cidade entre a abstração e a concretude
Por Suzana Maria Loureiro Silveira*
Entre a cidade ideal e a cidade material
Condições negam o real
Mas o que é real? Ou o real para quem?
Realidades, diversidades, multipli-cidades
Homogeneidade.
Nas ruas e becos constroem-se realidades
Nas praças e jardins segregam-se possibilidades
Entre o encontro e o desencontro
A essência excludente da exclusividade da abstração dominial
Entre vias, vielas e calçadas, passeiam mercados, circulam produtos
Muros, pontes, cercados urbanos, quarteirões e quadras
Retardam o contato, conduzem ao longe, ao distante.
À margem da mancha urbana, entre o remoto e inócuo
Vitrines, janelas, exposição de padrões
Visão do externo, oposto lado, do que não é de dentro, aquilo que não integra
Visão do interno, do que se mantém fora (e que deve estar fora!)
A cidade e suas representações
A cidade cheia de manifestações, símbolos e padrões
A cidade espraiada, dispersada e periférica
Apropriada, torna-se usurpada
E todas as contingências ou sintomas
A cidade ou suas cidades?
Não, a cidade.
Resultado, palco e produto de um mesmo processo.
Cheia de espaços, vazia de pessoas.
*Colaboradora externa